Internacional
Edição 134 > A Questão do Terrorismo e o atentado ao Charlie Hebdo
A Questão do Terrorismo e o atentado ao Charlie Hebdo
Tendo como objeto de análise o recente ataque terrorista contra o jornal francês Charlie Hebdo, em janeiro deste ano, o sociólogo Lejeune Mirhan trata neste artigo sobre o conceito de “terror”, abordando a questão do terrorismo de Estado e os limites da liberdade de expressão. Ele apresenta, também, um tema novo, chamado de “falsa bandeira”

As palavras -terrorismo- e -terrorista- vêm sendo fartamente utilizadas pelos meios de comunicação de massa, particularmente depois das ações ocorridas no dia 11 de setembro de 2001. O atentado mais recente - com o assassinato de 12 pessoas, entre cartunistas e funcionários do jornal francês Charlie Hebdo -, ocorrido em 7 de janeiro último, chocou o mundo.
Grosso modo, as ações que se dizem -terroristas- - e delas diversos são os exemplos com o passar da história - podem ser classificadas em quatro tipos: o terror religioso e fundamentalista (no caso de muçulmanos, cristãos e judeus extremistas que muitas vezes fazem de seu corpo uma arma de guerra); o mercenário (que se move por dinheiro), no qual são pessoas que abraçam tais concepções, e até editam a revista Soldiers of Fortune em plano mundial, que agiram muito em território africano nas décadas de 1960 e 1970; o dos chamados nacionalistas (como o Exército Republicano Irlandês (IRA), na Irlanda); e por fim o dos ideológicos, seja de esquerda ou de direita, como é o caso das milícias americanas das quais foi membro Timothy McVeigh, na ação em Oklahoma (1).
A palavra terrorista passa a ser mais largamente empregada na história a partir de 1793, na França de Robespierre. Até o inventor da guilhotina, um cidadão francês de sobrenome Guilhotan, teve sua cabeça ceifada por esse instrumento no período que se denominou -terror-. Um caso que repercutiu muito no final do século XIX foi o assassinato do czar Alexandre II, em 1891, por uma organização revolucionária da qual o irmão de Vladimir Lênin participava, que se autodenominava -Vontade do Povo-. Todavia, os livros de história geral dão como certo que o início e o estopim da Primeira Guerra Mundial foi o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando e de sua esposa, perpetrado pelo estudante Gavrilo Prinzip, integrante do grupo intitulado -Mão Negra-, de origem sérvia.
Durante a resistência ao nazismo e ao fascismo na Europa durante a Segunda Guerra Mundial, atos de -terror- foram adotados, mas a terminologia mais correta deveria ser sabotagem, pois os atentados organizados pela resistência eram mais contra ferrovias, estações, prédios públicos, no sentido de desgastar o governo direitista da Alemanha e da Itália. Os objetivos jamais foram civis, ou pessoas comuns.
O mito do terrorismo islâmico
Na história, os impérios também sempre se esforçaram para criar certos mitos, difundir certas ideias e conceitos e mesmo dar certas dimensões para fatos e episódios que nem sempre correspondem à realidade. Isso sem falar na distorção de informações, feitas cotidianamente pela grande imprensa. São muitos os casos. Lembremos do incêndio no Reichtag - prédio do parlamento alemão -, que o governo de Hitler divulgou como tendo sido praticado por um comunista. Um camarada do Partido Comunista Alemão chegou a ser preso e torturado para que admitisse tal ato criminoso que, muito mais tarde, ficou provado ter sido praticado por agentes do Partido Nazista.
Osama Bin Laden, assassinado a mando de Barack Obama em 2011, já foi considerado pela mídia ocidental como um -guerreiro da liberdade-. Assim ele era chamado quando lutava contra o exército soviético na guerra pela ocupação do Afeganistão pela antiga URSS, a partir de 1979. Nessa época, os guerrilheiros islâmicos de Bin Laden receberam, das agências de inteligência dos EUA, armas, milhões de dólares e até treinamento. Ou seja, um terrorista criado e apoiado pelos EUA.
Um debate e duas visões
A questão central que se coloca neste debate, em especial após os atentados ocorridos em Paris em 7 de janeiro passado, é: Qual a causa, a raiz de atos desse tipo- De um lado, temos os que afirmam que o terrorismo é gerado simplesmente pela fome e a pobreza existente no mundo. De outro, os que o asseguram ser gerado como uma reação exatamente contra as ações dos países imperialistas com relação aos povos oprimidos.
A primeira versão do debate - de que a fome e a miséria podem gerar terrorismo - não encontra guarida na história. No caso da Índia, da África, e em certos períodos da própria China, presenciamos grandes surtos de fome e miséria, sem que tenham sido vistas ações terroristas. Na verdade, por trás dessa análise há uma certa tentativa de fazer um mea culpa, por parte dos países ricos, de sua omissão em ajudar os mais pobres e da forma como exploram essas nações.
Nós nos alinhamos à segunda corrente de análise sobre as causas e as raízes do chamado terrorismo. Elas se encontram na forma com que são agredidos os povos dos países explorados e ocupados militarmente pelas potências centrais. Enquanto os Estados Unidos e seus aliados - Inglaterra e França - não desocuparem o Iraque, o Afeganistão, não desmontarem suas bases militares em todo o mundo, não revirem suas formas de tratar os árabes e os muçulmanos em todos os países, ações terroristas ainda irão ocorrer - e são até inevitáveis, por mais que se ampliem os esquemas de segurança.
Neste momento, depois do ataque ao Charlie Hebdo - e esses atos não vão parar - levanta-se uma questão: A política externa americana de combate ao terrorismo vem dando certo- Pessoas do mundo todo se indagam se o mundo está mais seguro depois da invasão do Iraque em março de 2003. A resposta até agora é um contundente não, à medida que a insegurança hoje ronda qualquer cidadão em qualquer parte do mundo. Na atualidade, em Tóquio e em Roma já se espera a qualquer momento por um ataque. Isso coloca cada vez mais em xeque a política externa americana e seu unilateralismo. Após o fim da chamada Guerra Fria, os conflitos regionais, ou -guerra por procuração- como se diz, aumentaram exponencialmente.
Liberdade de imprensa e hipocrisia
Todos assistimos às barbaridades cometidas por terroristas mascarados, na França em 7 de janeiro. Portando armamentos modernos, profissionais bem treinados militarmente invadiram a redação do jornal satírico Charlie Hebdo (Semanário Charlie) e assassinaram friamente cinco cartunistas, vários funcionários e dois policiais. E com isso disseram -vingar- o profeta Mohammad (Maomé, no Ocidente), afirmando em alto e bom tom -serem membros da Al Qaeda-.
O jornal francês há tempos se caracteriza como um incitador ao racismo e em especial à islamofobia. Na França vivem hoje mais de seis milhões de muçulmanos, e boa parte deles filhos e netos de imigrantes da Argélia, sua colônia de 1830 até 1962.
E então, coloca-se a questão: Há limites para a liberdade de imprensa e de expressão- Para o filósofo francês, Jean Jacques Rousseau - defensor das teorias dos limites da liberdade -, -a minha liberdade começa onde termina a do meu próximo-. De fato, só é verdadeiramente livre uma sociedade de iguais (3).
A liberdade de expressão nunca significou e nunca significará que se possa dizer qualquer coisa e de qualquer forma. -Não por outra razão, todo racista hoje em dia clama por liberdade de expressão, pelo seu direito de -expressar sua opinião-. Mas, racismo e preconceito não são opiniões. São crimes- (4).
Não nos esqueçamos de que, mesmo sendo crescente o número de muçulmanos na França, a imensa e esmagadora maioria deles não apoia qualquer ato de terrorismo, e procura viver em harmonia com os franceses. O policial Ahmet Merabet assassinado na calçada em frente à sede do jornal, que enfrentou até a morte os terroristas, era muçulmano; e seus familiares os acusaram de falsos muçulmanos, pois em nenhuma passagem do Corão há algo que incentive semelhantes atos. Aliás, nem a blasfêmia é condenada. A Bíblia o faz em Levítico (24:16) (5).
Há um debate posto, desde os atentados de 2001, sobre a chamada indignação seletiva, ou indignação desigual. O professor de Ciência Política da UCLA, Magid Shihade, e a filósofa estadunidense Judith Butler tratam desse assunto. -Assassinos treinados pelos EUA contra cidadãos inocentes no Afeganistão e Iraque são -acidentes colaterais- e não têm repercussão alguma-, diz Magid (6). E Judith completa: -a indignação com os três mil mortos das Torres Gêmeas em 2001 é seguida de completa indiferença com os milhares de mortos das guerras feitas pelos EUA- (7). Nunca é demais lembrar que exatamente no dia posterior a esse massacre em Paris, na Nigéria os terroristas assassinaram duas mil pessoas inocentes, e não houve reação de indignação parecida.
No domingo, 11 de janeiro, quatro dias após o massacre ao Charlie, uma Marcha contra o Terrorismo foi realizada em Paris. Convocada inicialmente pela esquerda francesa, ela foi apropriada pelo reacionário presidente francês, François Hollande, cuja popularidade estava em baixa - hoje considerado o pior presidente da história da França.
A fotos publicada nos jornais, com vários chefes de Estado e de governo, da Europa e fora dela, é a verdadeira imagem da hipocrisia. Em alguns dos países cujos líderes estavam na linha de frente da passeata, a palavra -liberdade- foi banida dos dicionários. Só para rememorar, a própria França, em julho de 2014, proibiu qualquer manifestação contra Israel, que bombardeava impiedosamente os palestinos na Faixa de Gaza, matando mais de duas mil pessoas.
Dois líderes árabes, como Abdullah, da Jordânia, e Al Nahyan, dos Emirados, não são exemplo de democratas nem seus países possuem amplas liberdades de expressão. Mas, o maior escândalo foi a presença do maior terrorista vivo hoje no mundo: Benjamin Netanyahu. Nem sequer havia sido convidado, mas apareceu, cercado de mais de cem agentes do Mossad (polícia secreta de Israel). Esse primeiro-ministro de Israel, que enfrentará novas eleições agora em março, tenta tirar proveito da situação, com base na hipocrisia, para facilitar sua reeleição. Um terrorista participando de uma marcha contra o terrorismo.
Boa parte dos chefes de Estado presentes são financiadores de atividades militares terroristas, que combatem contra países como Síria, Iraque, Afeganistão, Líbia, dentre outros. O chamado Estado Islâmico (ISIS na sigla em inglês), é totalmente apoiado pela França, Turquia e EUA.
Apenas nos EUA, entre os seus chamados -liberais-, a liberdade de manifestação de pensamento é considerada um direito absoluto. Em nenhum outro país isso ocorre. Há leis que regulamentam os limites de tais liberdades. A concepção por trás dos insultos publicados na forma de charges, que alguns não veem como insultos, mostra claramente a existência de uma cultura - a dos EUA - que se apresenta como superior a todas as outras. Não nos esqueçamos jamais disto: esse mesmo Estado francês que hoje vive o seu 11 de Setembro, armou, treinou e apoiou de todas as formas ataques contra vários países, em especial árabes, sob os mesmos pretextos de defesa da democracia e da -liberdade-. Os ataques dos fundamentalistas em Trípoli, capital da Líbia, e Allepo, a segunda cidade síria, são sempre saudados no Ocidente como heroicos (8).
A França não só é membro da OTAN - a organização terrorista de maior poder bélico em atuação hoje no planeta - como financia, arma e treina terroristas que agem hoje na Síria e no Iraque e formam o chamado Estado Islâmico, em especial seu braço armado denominado Al Qaeda e suas filiais. Embora os terroristas que atacaram o jornal se proclamem membros da Al Qaeda, eles são produto de uma rede de terrorismo criada e alimentada pelo Ocidente, para -manter uma guerra contra seus próprios cidadãos- (9).
Posições progressistas do Papa Francisco
Não é de hoje que o cardeal argentino Jorge Mário Bergóglio - o Papa Francisco - surpreende o mundo com seus posicionamentos - especificamente em algumas de suas declarações sobre o conceito de -terrorismo de Estado-, amplamente condenado pelas esquerdas, mas quase nunca aceito pelas potências ou países que o praticam. Por isso, alguns o chamam hoje de -estadista solitário-.
Em recente encontro que manteve com o corpo diplomático creditado no Vaticano, em 12 de janeiro, dia seguinte à chamada Marcha contra o Terrorismo em Paris, Francisco declarou, numa audiência: -Há uma tendência à rejeição (...) que induz a olhar o próximo não como um irmão a acolher, mas como alguém deixado fora de nosso horizonte de vida pessoal, transformando-o antes que em um concorrente, mas em um súdito a dominar- (10).
Em sua homilia do dia 8, quando celebrou missa na Casa de Santa Marta, onde reside no Vaticano, o Papa declarou: -Esse ato de crueldade nos faz pensar tanto em terrorismo isolado, quanto no terrorismo de Estado-. Talvez esta tenha sido a sua declaração mais direta contra esse tipo de terrorismo que a mídia jamais menciona.
No entanto, no ano passado, quando fez uma condenação explícita ao terrorismo de Estado, em 25 de novembro, em uma conversa informal com jornalistas no avião papal, Francisco declarou: -É verdade, existe a ameaça desses terroristas. Mas, existe também outra ameaça. É o terrorismo de Estado, quando há uma escalada de violência e cada Estado por sua conta acha que tem o direito de massacrar os terroristas e, com eles, caem muitos inocentes- - em uma clara e direta alusão a Israel e aos EUA.
Posicionamentos como esse ajudam os que lutam hoje no mundo pela paz e contra o imperialismo.
O crescimento da islamofobia e as falsas bandeiras
Muito já se falou da nova ordem mundial construída pelos EUA após sua vitória contra o Iraque em janeiro de 1991, e com o fim da URSS no final desse mesmo ano, quando o mundo passava a ser unipolar. No entanto, fica fácil perceber que a indústria bélica estadunidense e os neoliberais em todo o mundo precisam fazer mais guerras contra os povos do mundo para controlar suas riquezas, ou para derrubar seus governantes que os contestam. Foi assim com Saddam Hussein, no Iraque, e com Muammar Khadaffi, na Líbia - ambos brutalmente assassinados. Tentaram, e seguem tentando, de tudo para fazer o mesmo com o presidente da Síria, Bashar Al Assad. No entanto, eles foram fragorosamente derrotados até aqui.
Particularmente após os atentados às torres gêmeas de setembro de 2001, e a ocupação do Iraque, em março de 2003, um inimigo começou a ser forjado: o Islã como religião e os muçulmanos em geral - hoje mais de 1,6 bilhões em todo o mundo, em 47 países de população majoritária de seguidores dessa fé religiosa.
O fato é que -os anglo-sionistas nutriram, organizaram, financiaram, treinaram, equiparam, armaram cuidadosamente, dedicadamente, ao longo de décadas os takfiris terroristas que hoje se voltam contra eles e seus países- (11).
Neste caso, há uma clara responsabilidade, por tudo o que ocorreu, do próprio governo francês e de seu presidente sionista, François Hollande. Em recente visita oficial a Israel, em que pese tudo todos os feitos dos sionistas contra os palestinos, o presidente francês declarou em alto e bom tom: -serei sempre amigo de Israel- (sic).
Portanto, resta sempre a pergunta que devemos nos fazer: Quem ganha com esses atentados abomináveis- Em primeiro lugar, o próprio presidente francês cuja popularidade estava em baixa. Em segundo, todos os chefes de Estado e de governo que apoiam a aliança mundial liderada pela OTAN, e que lutam contra os povos de todo o mundo que clamam por sua independência e soberania nacional. Por fim, ganham os partidos de direita, os fascistas, que defendem na Europa restrições às imigrações e ao crescimento do Islã como religião. E, com a ajuda providencial e imediata da mídia, tentam extrair as maiores vantagens esses atentados.
Aqui vale a pena introduzir um conceito, aos poucos publicado em mídias alternativas: O da chamada -falsa bandeira-. Os atentados ocorrem para que a culpa recaia sobre correntes ou grupos sociais de pensamento oposto. Dois exemplos me vêm à mente neste momento.
Em 2005, ocorreu em Beirute o atentado terrorista que resultou na morte de Rafik Hariri, ex-primeiro-ministro do Líbano. Imediatamente, os dedos acusadores se voltaram contra o presidente da Síria, Bashar Al Assad. Ora, este seria o último com interesses em cometer um crime dessa natureza, até pelas consequências que isso acarretaria em seguida, completamente previsíveis. Na Argentina, um promotor de nome Alberto Nisman morreu de forma ainda não esclarecida. Imediatamente, os dedos apontam para a presidente Cristina Kirchner, desafeto de Nisman. Um crime como este coloca boa parte da população contra o governo Kirchner - odiado pelos meios de comunicação e pelos EUA.
O caso mais rumoroso de -falsa bandeira- ocorreu em 2 de agosto de 1980, quando um ataque terrorista à estação de trens de Bolonha matou 85 pessoas e feriu outras 250. Imediatamente, a mídia acusou a esquerda. Tempos depois, apurou-se que os criminosos eram membros de uma célula fascista radical. Estava em curso na Europa a chamada Operação Gladio, que consistia em armar guerrilheiros para combater uma possível e hipotética invasão da URSS à Europa. E, então, armas foram enterradas em diversas partes da Europa (12).
Conclusões
De nossa parte, os atentados cometidos contra o semanário Charlie devem ser condenados com a maior veemência e merecem nosso total repúdio. Ao mesmo tempo, devemos prestar a todas as famílias das vítimas nossa irrestrita solidariedade. Nem por isso, deve ser automático nosso apoio à linha editorial de um jornal que ajudou a criar na França um clima islamofóbico e racista.
Imediatamente após os atentados, criou-se o movimento Eu Sou Charlie, e outro Eu Não Sou Charlie. Uma falsa dicotomia. Condenar os atentados não significa condenar o jornal e a liberdade de expressão, nem tampouco apoiá-lo acriticamente. Um falso dilema, uma falsa dicotomia. Devemos ser contra quem incita o ódio e o racismo, que fomenta o terrorismo, quem o financia - os Estados Unidos e seus aliados árabes no Golfo, a Turquia, Israel e países clientes da Europa. Ao contrário, devemos pregar sempre a união do povo contra um inimigo comum.
Nosso ódio e o centro de nossa ação política devem ser contra o imperialismo, contra os Estados Unidos e seus aliados neoliberais. Devemos pregar contra toda e qualquer intervenção militar em qualquer país, seja sob qual argumento for, -levar democracia-, direitos humanos etc. Devemos defender o fim de toda e qualquer lei racista que discrimine pessoas pela cor da sua pele ou por sua confissão religiosa.
Deve ser nossa bandeira, neste momento, a defesa de um Estado laico e democrático. Não devemos dividir as pessoas, mas uni-las na luta comum contra o maior inimigo da humanidade: o capitalismo e o rentismo, sob o comando dos EUA.
Devemos propugnar pelo desenvolvimento econômico e social. Devemos respeitar todas as religiões e defender a liberdade de culto e de consciência. Queremos a solidariedade entre os povos e nações e a soberania e independência nacional.
Sabemos bem que a luta pela paz, por um mundo justo e com igualdade, tem hoje um caráter claramente anti-imperialista.
* Lejeune Mirhan é sociólogo, professor de Sociologia e de Ciência Política da Unimep (1986 a 2006). Foi sociólogo da Fundação Unesp (1995 a 2005). É colunista do Portal Vermelho onde escreve desde 2002 sobre a temática Oriente Médio. Colabora com a Revista Sociologia da Editora Escala. Atualmente é diretor do Sindicato dos Sociólogos do Estado de São Paulo.
NOTAS
(1) ARBEX JR., José. Terrorismo: um legado da história, 9 de outubro de 2001, 3 páginas - que circulou na Internet em língua espanhola, sem maiores referências.
(2) Aos que queiram conferir essa passagem bíblica, podem fazê-lo em Juízes, capítulo 16, versículos 23 a 31, p. 323. Bíblia, tradução de Almeida. São Paulo: Vida, 1981.
(3) Editorial da Revista Carta Capital, edição 833 de 21-01-2015, p. 14-18, de Mino Carta.
(4) SAFATLE, Vladimir. Carta Capital, edição citada, p. 27.
(5) MAIEROVITCH, Wálter Fanganiello. Carta Capital, edição citada, p. 19.
(6) CARTA, Gianni. -Morre por mim, França-. In: Carta Capital, edição citada, p. 20-23.
(7) BOUAMAMA, Said. In: https://bouamamas.wordpress.com/2015/01/11/lattentat-contre-charlie-hebdo-loccultation-politique-et-mediatique-des-causes-des-consequences-et-des-enjeux/ de 25-01-2015.
(8) Blog Moon of Alabama, de 7 de janeiro de 2015 http://www.moonofalabama.org/2015/01/charlie-hebdo-the-chickens-come-home-to-roost.html#comments
(9) Artigo de Tony Cartalucci, publicado em http://landdestroyer.blogspot.ca/2015/01/france-armed-terrorists-that-struck.html de 12 de janeiro de 2015.
(10) BERNABUCCI, Cláudio. -A palavra do estadista solitário-. In: Carta Capital, edição citada, p. 24-26.
(11) Artigo publicado em 8 de janeiro de 2015 em http://vineyardsaker.blogspot.com.br/2015/01/i-am-not-charlie.html
(12) Artigo de Wayne Madson, obtido em http://www.strategic-culture.org/news/2015/01/11/curtain-rises-another-act-continual-global-war-terror-play.html publicado no dia 21 de janeiro de 2015.