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Internacional

Edição 145 > Em encontro internacional, partidos comunistas rechaçam ofensiva do imperialismo

Em encontro internacional, partidos comunistas rechaçam ofensiva do imperialismo

Gaio Dória
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De 28 a 30 de outubro último, teve lugar na cidade de Hanói, Vietnã, o 18º Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários. Foi a primeira vez que um país socialista sediou este encontro. O evento foi cuidadosamente organizado pelo Partido Comunista e contou com a presença de 59 partidos representados por um total de 108 delegados. Estiveram presentes todos os partidos governantes dos demais países socialistas, nomeadamente Cuba, China, Coreia Popular e Laos

O tema do encontro foi A crise capitalista e a ofensiva imperialista – estratégias e táticas dos partidos comunistas e operários na luta pela paz, pelos direitos dos povos e dos trabalhadores e pelo socialismo.

Grupo de Trabalho

Na véspera da abertura do encontro, no dia 27 de outubro, foi realizada a reunião do Grupo de Trabalho em que se discutiu: (1) a preparação e organização final do 18º Encontro; (2) propostas para melhorar o formato e aprimorar os processos do Encontro; (3) revisão e atualização da lista de participantes; (4) a nova composição do Grupo de Trabalho; (5) o rascunho do Apelo a ser aprovado na plenária final do 18º Encontro. 

De acordo com as regras do Encontro, cada partido ingressante deve receber um parecer favorável de um partido da mesma região ou país. Partidos da Rússia deveriam discutir o assunto. 

Outro ponto importante foram as intenções de entrada no Grupo de Trabalho manifestadas pelo Partido Comunista da China, o Partido do Trabalho da Coreia e o Partido Comunista do Sudão, ficando a decisão a ser tomada no próximo Encontro. 

Plenárias

Entre os dias 28 e 29 de outubro, os partidos participantes realizaram suas intervenções, expressando suas perspectivas teórico-práticas sobre o tema em questão. O primeiro a falar foi o camarada Hoang Binh Quan, presidente da comissão para relações exteriores e membro do Comitê Central do Partido Comunista do Vietnã, que realizou uma breve síntese do desenvolvimento recente do socialismo no Vietnã. Hoang iniciou seu discurso ressaltando que, passados 25 anos desde a queda do bloco socialista, a humanidade enfrenta hercúleos desafios, pois está cada vez mais aparente a tendência desumana e antiprogressista do capitalismo internacional, exposta principalmente através da imposição das políticas neoliberais. Segundo ele, os avanços da revolução científico-tecnológica foram controlados e manipulados para intensificar a exploração da classe trabalhadora em prol de pequenos grupos por trás das grandes corporações multinacionais. O camarada Quan também ressaltou que apesar das dificuldades que o Vietnã enfrentou após a derrota do imperialismo estadunidense, o colapso do bloco socialista e os conflitos fronteiriços, o país conseguiu deslanchar com a adoção de uma economia de mercado orientada pelo socialismo. Este tipo de economia, caracterizado pela liderança do PCV, com a combinação do mecanismo de mercado com o planejamento macroeconômico, a predominância da propriedade pública e a promoção da igualdade econômica, elevou as condições de vida do povo vietnamita a patamares inéditos na história do país. No campo das relações internacionais, o país do Sudeste asiático optou por uma política externa independente e multilateral. 

As intervenções dos partidos presentes convergiram na opinião de que o capitalismo não está interessado em remediar as vicissitudes geradas por sua crise recente, ao contrário, busca sua recuperação no massacre dos direitos dos trabalhadores e dos povos. As intervenções variaram entre teorizar a atual situação internacional e demonstrar como esta se desdobra nas suas lutas nacionais.

O Partido Comunista da Grã-Bretanha opinou que “fora prometida uma ‘nova ordem mundial’ de paz, democracia, desarmamento e justiça social aos povos de todos os lugares. No entanto, a crise geral do capitalismo foi resultado de duas décadas de guerras, genocídios, repressão, migrações em massa, crises econômicas e financeiras, aquecimento global e degradação ambiental.”

O Partido Comunista Português ressaltou que “a situação internacional continua marcada pelo aprofundamento da crise estrutural do capitalismo e pelo prosseguimento de um complexo e contraditório processo de rearrumação de forças à escala mundial, quadro em que o imperialismo intensifica uma violenta e multifacetada ofensiva que se confronta crescentemente com a resistência e luta dos trabalhadores e dos povos em defesa dos seus direitos e soberania e de Estados em defesa da sua independência e desenvolvimento.” 

O Partido Comunista da Federação Russa teorizou sobre as tendências descritas acima a partir da categorização de Lênin sobre o imperialismo. Segundo o PCFR, podemos identificar as seguintes características: (1) a produtividade do capital industrial está completamente escravizada pelo capital financeiro-especulativo; (2) no plano internacional as “relações de mercado” tornaram-se mecanismos artificiais para trocas desiguais e saques de diversos povos e países; (3) o modelo global de “divisão internacional do trabalho” consolida as desigualdades sociais em escala mundial; (4) é cada vez mais aguda a influência política das corporações multinacionais e dos grupos financeiros-industriais aspirando à soberania ilimitada de ações; (5) os governos nacionais estão perdendo o controle sobre os processos na economia mundial, normas fundamentais do direito internacional estão sendo revistas para consolidar estruturas de poder globais; (6) a expansão da informação e da cultura globalizada está sendo usada ativamente como uma forma de agressão; (7) o capital transnacional está se tornando cada vez mais parasitário, aproveitando-se do progresso técnico enquanto a esmagadora maioria vive na pobreza. A natureza predatória do imperialismo se manifesta amplamente na atualidade. À medida que a margem de lucro tende a decrescer no capitalismo, este busca reverter esta tendência através do aprofundamento da exploração, da especulação financeira e de aventuras militares.

As delegações dos partidos latino-americanos presentes – Argentina, Brasil, Cuba, Chile, Equador, Guiana, Venezuela – denunciaram a atual ofensiva imperialista e a ascensão direitista na América Latina. O Partido Comunista de Cuba, além de expressar forte preocupação com as mudanças na região, também apresentou um amplo panorama do 7º Congresso, demonstrando os avanços e desafios na construção do socialismo em Cuba.

No bojo destas conclusões, o camarada José Reinaldo Carvalho (veja a íntegra nas páginas 50 e 51), secretário de Política e Relações Internacionais do PCdoB, descreveu em sua intervenção como este quadro está se estendendo na América Latina, em especial no caso brasileiro. O golpe de Estado consumado no dia 31 de agosto reacendeu o velho projeto neoliberal das elites brasileiras que buscam solapar os direitos dos trabalhadores para manter seus privilégios. Não satisfeitas em destruir os avanços conquistados na última década no cenário nacional, também buscam desmontar todas as iniciativas de integração regional e reformas do sistema de governança internacional colocadas em prática durante a era Lula-Dilma.

Apelo

O 18º Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários adotou um Apelo onde estão sublinhados os crescentes desafios causados pelo capitalismo, atualmente em crise, agravados pelas intervenções e ingerências do imperialismo que culminaram na emergência de grupos extremistas que causaram a crise dos refugiados. No documento, estão sumarizados os avanços teóricos e práticos realizados pelo Encontro. Neste, também busca-se propor um quadro teórico para uma ação conjunta dos partidos em nível internacional. São destacadas as lutas dos trabalhadores e dos povos contra a ofensiva do imperialismo, pelos direitos trabalhistas, sociais e políticos, pela soberania e independência nacional, pela paz e pelo socialismo – salientando-se que o socialismo é a única alternativa real ao capitalismo.

Neste quadro, são apontados o intercâmbio de experiências sobre a construção do socialismo no Século 21; a celebração do 100º aniversário da Grande Revolução Socialista de Outubro, realçando o seu significado histórico, a contribuição do socialismo para o avanço da luta dos trabalhadores e dos povos pela sua emancipação e a necessidade de fortalecer a luta pela paz, pelo progresso social e pelo socialismo; a comemoração do 150º aniversário da publicação de O Capital de Karl Marx; e o intercâmbio de experiências em torno do fortalecimento dos partidos comunistas, da luta de massas e da luta ideológica.

Da mesma forma, a defesa das liberdades e dos direitos democráticos e a rejeição do anticomunismo e de todas as formas de discriminação, a solidariedade aos comunistas que enfrentam perseguições e proibições da sua atividade, como acontece na Ucrânia.

Foi igualmente apontado o desenvolvimento de ações visando ao alargamento da frente anti-imperialista e ao fortalecimento da luta pela paz, contra as ocupações, contra a Otan e o seu alargamento, contra o militarismo, as armas nucleares e as bases militares estrangeiras, pela resolução pacífica e justa de todos os conflitos baseada nos princípios do Direito Internacional.

O Apelo sublinha ainda a importância da intensificação de ações exigindo o fim do bloqueio dos EUA contra Cuba e pela concretização do direito do povo palestino a um Estado livre, soberano e independente. Assim como a solidariedade com todos os povos da Ásia, do Oriente Médio, da África, da América Latina e da Europa que enfrentam a ocupação, a intervenção, a interferência e o bloqueio do imperialismo.

No final do Apelo, os partidos participantes do Encontro reafirmam ainda a sua solidariedade de sempre com o povo vietnamita na construção e defesa da sua pátria socialista.

A plenária final do Encontro Internacional aprovou o Apelo por aclamação e decidiu a composição do Grupo de Trabalho para tocar os assuntos relativos aos próximos encontros pelo período 2016-2019, que passou a integrar os seguintes partidos: PC do Brasil (PCdoB), PC de Cuba, AKEL (Chipre), PC da Boêmia e Morávia (República Tcheca), PC da Grécia, PC da Índia, PC da Índia (Marxista), Partido Tudeh do Irã, PC Libanês, PC do Nepal (UML), PC Palestino, PC da Federação Russa, PC Operário Russo, PC Sul-Africano, PC de Espanha, PC da Turquia, PC da Ucrânia, PC do Vietnã e o Partido Comunista Português. 

Até a realização do próximo Encontro Internacional, será aberto um novo período para que outros partidos que tencionem integrar o Grupo de Trabalho possam expressar essa intenção.

* Gaio Dória é militante do PCdoB, doutorando em Filosofia Marxista-Leninista na Universidade do Povo, em Pequim, China; integrou a 
delegação do PCdoB ao 18º Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários


 

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