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Edição 145 > Ícone de gerações, Fidel embalou os sonhos daqueles que acreditam que este mundo tem jeito
Ícone de gerações, Fidel embalou os sonhos daqueles que acreditam que este mundo tem jeito
Ativistas, lideranças políticas e personalidades de todo o mundo, mas, sobretudo o povo cubano, renderam homenagens e lamentaram a morte do comandante Fidel Castro, falecido na noite do último dia 25 de novembro, em Havana, aos 90 anos.

A morte de um ser humano que já ultrapassou os 90 anos sempre entristece, mas dificilmente surpreende. É o fluxo da vida, a inexorável força da natureza impondo seus limites. Mas quando este ser humano é Fidel Castro Ruz, uma das figuras mais influentes e emblemáticas da história, a notícia de seu falecimento é muito impactante para todos e merece, daqueles que reconhecem a importância de sua trajetória, todas as homenagens possíveis.
Fidel tinha sido visto pela última vez em público em 15 de novembro, quando recebeu o presidente vietnamita, Tran Dai Quang. Em abril, havia feito um discurso no encerramento do Congresso do Partido Comunista Cubano, no qual falou indiretamente sobre a morte — e seu legado. “Em breve vou fazer 90 anos, isso nunca me tinha passado pela cabeça e não foi fruto de um esforço, foi capricho da sorte. Em breve serei como todos os outros. A vez chega a todos, mas ficam as ideias dos comunistas cubanos como prova de que neste planeta, se se trabalha com fervor e dignidade, se podem produzir os bens materiais e culturais de que os seres humanos precisam e devemos lutar sem trégua para os obter”, disse, na ocasião.
Antes de morrer, Fidel deixou expresso o desejo de que seu nome e sua figura não fossem utilizados em lugares públicos, ruas ou praças, nem sejam erigidos em sua memória monumentos, bustos ou estátuas. “O líder da revolução rejeita qualquer tipo de manifestação de culto à personalidade e manteve essa atitude até as suas últimas horas de vida”, disse o presidente cubano Raúl Castro num discurso de homenagem ao seu irmão Fidel, realizado na cidade de Santiago de Cuba.
A recomendação de Fidel, porém, não impediu que milhões de pessoas ao redor do mundo prestassem as últimas homenagens ao líder revolucionário. Somente em Havana, mais de dois milhões de cubanos (20% da população do país) compareceram às solenidades de despedida.
PCdoB: Fidel foi um ícone para gerações
Em nota oficial, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) lamentou a morte do comandante em chefe da revolução cubana afirmando que ele “figura no panteão dos gigantes que lutaram pelo progresso da humanidade, enfrentando o atraso e o obscurantismo” e que “seu exemplo seguirá inspirando gerações de lutadores pela justiça social”.
O documento registra que sobre Fidel cabem as mesmas palavras que Engels pronunciou diante do túmulo de Marx: “Foi o homem mais odiado e mais caluniado do seu tempo. Governos, tanto absolutos como republicanos, expulsaram-no; burgueses, tanto conservadores como democratas extremos, inventaram ao extremo difamações acerca dele. Ele punha tudo isso de lado, como teias de aranha, sem lhes prestar atenção, e só respondia se houvesse extrema necessidade”.
“De fato, Fidel venceu as tentativas de assassinatos, os ataques, as calúnias, sempre contando com a força de sua gente e com a solidariedade dos povos do mundo. Solidariedade que ele e Cuba prestaram mais do que receberam”, diz a nota.
Uma comitiva de dirigentes do PCdoB e lideranças sindicais foi a Havana acompanhar as últimas homenagens a Fidel. À frente da delegação do Partido estava a presidenta Luciana Santos, acompanhada por Ricardo Abreu (Alemão), secretário nacional de Organização. A deputada federal Jô Moraes representou a Câmara de Deputados e João Batista Lemos foi enviado especial pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
Em Havana, Luciana Santos reforçou os laços de amizade e cooperação com o povo cubano e afirmou que a ilha caribenha vai na contramão do mundo ao promover a inclusão social e defender sua soberania. “[Diante] desta onda que a gente vive de exclusão social, de crise dos refugiados, de um mundo em guerra, Cuba semeia a paz”.
Ela afirmou ainda que Fidel é um ícone para muitas gerações e “embalou os sonhos daqueles que acreditam que esse mundo tem jeito”. (Fidel) “lutou pela libertação do povo cubano, trabalhou cotidianamente pelo sucesso da revolução, fazendo de Cuba um exemplo para países de todo o mundo na gestão da saúde e da educação públicas e na prática da solidariedade internacional. Desafiando a maior potência imperialista do planeta, Fidel liderou uma das mais belas experiências de socialismo no mundo”, disse a dirigente comunista. E acrescentou que “hoje nos rendemos à tristeza natural pela despedida a um grande líder, ao mesmo tempo nos inspiramos em seu pensamento e seu legado para transformar a lágrima em prática revolucionária, para transformar o luto em luta.”
O Comitê Central do PCdoB também aprovou um documento (leia a íntegra ao final desta matéria) enaltecendo a trajetória do ex-presidente cubano e expressando a convicção de que, sob a direção de Raúl Castro e do Partido Comunista de Cuba, “o povo cubano preservará e desenvolverá as ideias de Fidel, que representam uma poderosa fonte irradiadora de energia e esperança”.
O documento lembra que “Fidel foi um defensor intransigente da paz e fez a constante denúncia dos arsenais nucleares e dos milionários gastos com a indústria bélica, em contraste com a fome no mundo, inclusive em memoráveis discursos na Assembleia Geral das Nações Unidas.”
Em um dos seus últimos escritos, divulgado em fevereiro deste ano, Fidel faz da luta pela Paz o principal tema: “A paz tem sido o sonho dourado da humanidade e o anseio dos povos em cada momento da história (...). Lutar pela paz é o dever mais sagrado de todos os seres humanos, quaisquer que sejam suas religiões ou país de nascimento, a cor de sua pele, sua idade adulta ou sua juventude”, escreveu.
Confira, a seguir, algumas declarações de importantes lideranças e entidades do Brasil e do exterior feitas por ocasião do anúncio da morte de Fidel:
Dilma Rousseff, ex-presidenta do Brasil
A ex-presidenta Dilma Rousseff foi uma das primeiras a se manifestar sobre a morte Fidel Castro. Ela afirmou, por meio de nota, que Fidel foi “uma das mais influentes expressões políticas do século 20” e “visionário que acreditou na construção de uma sociedade fraterna e justa, sem fome nem exploração, numa América Latina unida e forte”.
“Sonhadores e militantes progressistas, todos que lutamos por justiça social e por um mundo menos desigual, acordamos tristes neste sábado, 26 de novembro. A morte do comandante Fidel Castro, líder da revolução cubana e uma das mais influentes expressões políticas do século 20, é motivo de luto e dor”, diz a nota divulgada por Dilma.
Ela assina a nota com a saudação “Hasta siempre, Fidel!” e o famoso poema de Bertolt Brecht que qualifica como imprescindíveis aqueles que lutam a vida toda.
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente do Brasil
O ex-presidente Lula lamentou a morte do amigo cubano afirmando que Fidel era “o maior de todos os latino-americanos” e que sua bravura e o exemplo da revolução cubana inspiram os que resistem à tirania. Em nota divulgada no site do Instituto Lula, o petista escreveu que sente a morte de Fidel como “a perda de um irmão mais velho, de um companheiro insubstituível, do qual jamais me esquecerei”.
Relembrando os encontros que teve com Castro desde que o conheceu pessoalmente em julho de 1980, disse que “será eterno seu legado de dignidade e compromisso por um mundo mais justo.”
“Para os povos de nosso continente e os trabalhadores dos países mais pobres, especialmente para os homens e mulheres de minha geração, Fidel foi sempre uma voz de luta e esperança. Seu espírito combativo e solidário animou sonhos de liberdade, soberania e igualdade”, destacou Lula.
Ignácio Ramonet, jornalista e biógrafo
O jornalista espanhol Ignácio Ramonet, diretor do Le Monde Diplomatique em espanhol e autor, junto com o próprio Fidel, do imbatível Fidel Castro: biografia a duas vozes, divulgou um longo testemunho sobre o líder e ex-presidente cubano. “Fidel faleceu, mas é imortal. Poucos homens conheceram a glória de se tornar lenda e entrar para a História ainda vivos. Fidel é um deles. Pertenceu à geração dos insurgentes míticos (Nelson Mandela, Patrice Lumumba, Amilcar Cabral, Che Guevara, Camilo Torres, Turcios Lima, Ahmed Ben Barka) , aqueles que perseguiram um ideal de justiça e se lançaram à ação política, naqueles já distantes Anos 1950, com a ambição e a esperança de mudar um mundo de desigualdades e de discriminações, marcado pelo começo da Guerra Fria entre a União Soviética e os Estados Unidos”, afirma Ramonet.
Para ele, “no panteão mundial consagrado àqueles que lutaram com mais empenho pela justiça social e que mais esbanjaram solidariedade a favor dos oprimidos da Terra, há um lugar reservado para Fidel Castro – por mais que isso incomode os seus detratores”.
Frei Betto, líder católico
O frade dominicano e escritor brasileiro Carlos Alberto Libânio Christo, mais conhecido como Frei Betto, e considerado um dos mais próximos ao líder cubano Fidel Castro, lamentou hoje a morte de seu “amigo” e que ele considerava o “último grande líder político do século 20”.
“É um momento de perda de um amigo próximo e, ao mesmo tempo, uma figura que representa o último grande líder político do século XX, que conseguiu resgatar a dignidade da nação cubana”, disse Frei Betto em suas primeiras declarações após a morte de Castro, dada ao jornal O Globo.
O padre disse que “seja contra ou a favor da revolução, o fato é que a pequena ilha do Caribe não passou despercebido pela opinião pública mundial. E Fidel sabia comandar esse processo como tão grande estadista”.
Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, destacou os avanços de Cuba durante o governo de Fidel Castro. Ele fez votos para que a ilha “continue avançando no caminho de reformas e que tenha uma prosperidade maior.”
Barack Obama, presidente dos Estados Unidos
O presidente dos EUA, Barack Obama, declarou: “Nesta hora do passamento de Fidel Castro, estendemos uma mão de amizade para o povo cubano”. Obama afirmou que “a história vai registrar e julgar” o impacto de Castro, mas que eles “trabalharam duro” para deixar o passado para trás. Obama ofereceu condolências para a família de Castro e disse que seus “pensamentos e preces” estão com o povo cubano.
Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP)
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, expressou condolências pela morte de Fidel. Abbas enviou uma mensagem ao irmão de Fidel e atual presidente de Cuba, Raúl Castro, na qual manifestou seu “mais sentido pesar” pela morte de um homem “dedicado à defesa de sua terra e de seu povo” e “da verdade e da justiça”, informou neste sábado a agência de notícias oficial palestina, “Wafa”.
Cristina Kirchner, ex-presidente da Argentina
A ex-presidente argentina Cristina Kirchner prestou condolências à família do ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, e afirmou que ele é um exemplo de “dignidade e soberania”. “Fidel e Cuba entram definitivamente para a História Grande. Junto com seu povo, exemplo de dignidade e soberania”, escreveu no Twitter.
Diego Maradona, ex-jogador argentino
Em declarações à TV estatal cubana, o astro do futebol mundial, Diego Maradona, disse ter ido ao funeral de Fidel “visitar meu segundo papai, com a lenda que se vai, mas nos deixa um legado muito claro que não podemos trair. Quem crê que Cuba ficará debilitada porque se foi o maior está equivocado, porque Cuba tem que se fortalecer”. Para Maradona, uma das principais lições deixadas por Fidel é de que devemos “apertar o acelerador com uma campanha de ideias, não de violência”.
Michelle Bachelet, presidente do Chile
A presidente do Chile, Michelle Bachelet, lamentou a morte de Fidel Castro. Ela o definiu como “um líder pela dignidade e justiça social” em sua conta no Twitter. “Minhas condolências ao presidente Raúl Castro pela morte de Fidel, um líder pela dignidade e justiça social em Cuba e na América Latina”, escreveu.
Enrique Peña Nieto, presidente do México
O presidente do México, Enrique Peña Nieto, classificou Fidel de “figura emblemática do século XX”. Em uma segunda mensagem, Peña Nieto afirmou que “Fidel Castro foi um amigo do México, promotor de uma relação bilateral baseada no respeito, diálogo e solidariedade”.
Evo Morales, presidente da Bolívia
O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou que sente uma “profunda dor” pela morte do líder cubano Fidel Castro, a quem chamou de “gigante da história da humanidade”. “Quero expressar nossa profunda dor. Realmente dói a partida do comandante, do gigante da história da humanidade”, disse Morales, por telefone, à rede de televisão Telesur. O líder boliviano, que foi um aliado e amigo de Fidel, enfatizou suas condolências e solidariedade para com o povo cubano e a “todos os povos anti-imperialistas do mundo”. Morales destacou que Fidel ensinou aos revolucionários “a nunca se renderem e a levantar a voz aos que têm políticas de dominação, por meio da invasão aos povos do mundo”.
Fundação Nelson Mandela
A Fundação Nelson Mandela, em nome do seu ex-presidente morto em 2013 Nelson Mandela, desejou “as mais sinceras condolências ao povo e ao governo de Cuba pela morte de Fidel Castro”. Em comunicado, a fundação lembrou o apoio de Fidel Castro ao movimento contra o apartheid no país. “O presidente Mandela tinha um relacionamento próximo do presidente Castro e sempre lembrou sua solidariedade ao movimento antiapartheid”.
Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse que com a morte de Fidel “o mundo perde um herói para muitos”. Segundo Juncker, o legado de Fidel “entrará para a história”. “Fidel Castro foi uma das figuras históricas do século passado e sintetizou a Revolução Cubana. Com a morte de Fidel Castro, o mundo perdeu um homem que era um herói para muitos”, disse Juncker em um comunicado.
Rafael Correa, presidente do Equador
O presidente do Equador, Rafael Correa, também foi um dos primeiros a lamentar o falecimento de Fidel. “Se foi um grande. Morreu Fidel. Viva Cuba! Viva a América Latina!”, escreveu Correa em sua conta no Twitter.
Em discurso posterior, Correa ressaltou as conquistas sociais em Cuba e fez duras críticas ao bloqueio econômico imposto pelos EUA.
José Mujica, ex-presidente do Uruguai
Em Montevidéu, o ex-presidente e atual senador José Mujica, da governista Frente Ampla, comparou o líder cubano a Dom Quixote. “Existe em Fidel e com ele, numa parte do povo cubano, uma estátua do Quixote. Porque ele desafiou a primeira potência mundial. Não é simples ter coragem, decisão e capacidade de resistência”, declarou. Para Mujica, Fidel “foi alguém que viveu como pensava e viveu para o que pensava”.
Luciano Marín Arango, chefe das Farc
O chefe da equipe das Farc que participa dos diálogos de paz com o governo da Colômbia, Luciano Marín Arango, conhecido pelo codinome “Ivan Márquez”, afirmou que morreu o “revolucionário mais admirável do século XX”. “No firmamento, deixou sua esteira de humanidade”, disse Márquez no Twitter, onde manifestou seu pesar pela morte do líder cubano e seu agradecimento pelo apoio ao processo de paz na Colômbia, do qual Cuba foi país fiador. “Obrigado, Fidel, por seu imenso amor pela Colômbia. Que o Acordo de Paz de Havana seja nossa homenagem póstuma”, acrescentou Márquez, que é membro do Secretariado das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, divulgou diversas mensagens lamentando a morte de Fidel, a quem admirava. Maduro disse que cabe a todos os revolucionários do mundo “continuar seu caminho” e afirmou que o ex-líder cubano e o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez “deixaram aberto o caminho para a libertação” de seus povos.
Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, lamentou a morte do ex-presidente cubano Fidel Castro, a quem classificou de “líder supremo da revolução cubana” e “verdadeiro líder do povo”, em mensagem de condolência publicada no domingo (27/11) pela agência estatal “KCNA”.
Papa Francisco
Em telegrama assinado de próprio punho (algo incomum no Vaticano), o Papa Francisco manifestou seu “sentimento de tristeza” pela morte de Fidel Castro e ofereceu uma oração a Fidel e ao povo cubano. O pontífice visitou Fidel em setembro de 2015, durante viagem a Cuba, quando manifestou carinho especial pelo revolucionário.
Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz)
A entidade destacou que Fidel dedicou a vida às causas nobres da humanidade e imprimiu a marca do internacionalismo em tudo que Cuba fez. Em nota, o Cebrapaz ressaltou ainda que a ilha hoje tem orgulho de sua independência e soberania e ostenta os melhores indicadores sociais da América Latina. “Tem a menor taxa de mortalidade infantil e a maior proporção de pessoas que chegam aos cem anos de idade, entre outras conquistas. “Tudo isso deve-se muito à coerência com os princípios humanistas, ao caráter íntegro e incorruptível do comandante Fidel Castro”.
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)
Em nota, o presidente da CTB, Adilson Araújo, afirmou que “não restam dúvidas do papel central e fundamental de Fidel na condução do processo revolucionário, resistência à ofensiva do império e preservação de uma notável e corajosa integridade de princípios morais, éticos, políticos e de solidariedade internacional expressos nas tantas brigadas humanitárias de médicos e educadores mundo afora, assinalando através da obra revolucionária cubana a perspectiva para um mundo socialista”.
Federação Sindical Mundial (FSM)
A Federação divulgou uma nota assinada por George Mavrikos, secretário-geral da entidade, em que lembra da participação de Fidel no 10º Congresso da entidade sindical. O texto diz que “A Federação Sindical Mundial (FSM) e nossos 92 milhões de filiados expressamos ao povo cubano, à Central dos Trabalhadores de Cuba (CTC) e ao líder do Estado e do Partido de Cuba Socialista verdadeiras condolências do mais profundo de nossos corações pela morte do comandante Fidel”. Para a FSM, Fidel “foi o líder que, junto com Che e todos seus camaradas, lutou e derrotou os imperialistas assim como seus instrumentos”.
João Batista Lemos, dirigente da CTB e vice-presidente da FSM, também lamentou a morte de Fidel. “Os ideais humanistas do socialismo extrapolaram as fronteiras da brava ilha caribenha. Inspiram a consciência social em todo o mundo, constituíram uma força poderosa que em muito contribui para manter acesa a esperança libertária da classe trabalhadora”, afirmou Lemos.
Sanchéz Cerén, presidente de El Salvador
Sanchéz Cerén, presidente de El Salvador, lamentou a morte de Fidel. “Com profunda dor, recebemos a notícia do falecimento de um querido amigo e eterno companheiro, comandante Fidel Castro”, disse.
Vladimir Putin, presidente russo
O presidente da Rússia — a maior das ex-repúblicas soviéticas —, Vladimir Putin, prestou homenagem a Fidel Castro como o “símbolo de uma era”, informou o Kremlin em um comunicado. A União Soviética foi a principal aliada de Cuba durante a Guerra Fria. “O nome deste distinto homem de Estado é com razão considerado o símbolo de uma era na história mundial contemporânea”, disse Putin. “Fidel Castro foi um amigo da Rússia sincero e confiável”, acrescentou.
Mikhail Gorbachev, último líder da União Soviética
O último líder da União Soviética, Mikhail Gorbachev, elogiou a figura do ex-presidente de Cuba, Fidel Castro. “Fidel Castro fez tudo que estava em seu poder para destruir o sistema colonial. Fidel resistiu e fortaleceu seu país durante o rígido bloqueio americano”, disse Gorbachev à agência Interfax. Gorbachev acredita que Fidel deixa “uma profunda marca na história de toda a humanidade”, entre outras coisas, por conseguir que Cuba se desenvolvesse de maneira independente, apesar das “enormes pressões” externas. “Ele permanecerá em nossa memória como um político e um homem extraordinários, e como nosso amigo”, disse.
Xi Jinping, presidente da China
O presidente da China, Xi Jinping, disse em pronunciamento na TV que “o povo chinês perdeu um bom e verdadeiro camarada”, acrescentando que Fidel “viverá para sempre”. O presidente da China, que também é secretário-geral do Partido Comunista Chinês, destacou ainda que Castro foi um grande homem contemporâneo e é por esse motivo que ele será sempre lembrado pelas pessoas e a história. De acordo com ele, as relações entre Cuba e China vêm se desenvolvendo de maneira rápida e firme desde o estabelecimento das relações diplomáticas, em 1960.
União Nacional dos Estudantes (UNE)
Em nota, a União Nacional dos Estudantes presta homenagem ao líder cubano e relembra a importância de sua trajetória de lutas. ”A União Nacional dos Estudantes presta sua homenagem àquele que está vivo no espírito de luta e esperança de muitas gerações de ontem, hoje e amanhã. Aquele que, ainda jovem, viu da Sierra Maestra, em Cuba, um horizonte para derrubar impérios e suas maldades. Aquele, cuja revolução inspirou a resistência latino-americana contra as ditaduras, a partir do sonho de um continente livre, unido e fraterno”.
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
O MST divulgou uma nota onde ressalta a importância do legado de Fidel para as gerações futuras e o homenageia por ter preenchido seu papel de indivíduo na história com o de um “Comandante Revolucionário: sábio, incansável, forte e humano.”(...) “A bandeira do socialismo sempre esteve firmemente empunhada pelo companheiro Fidel Castro. E assim continuará, porque as gerações futuras transformarão em realidade a utopia de uma humanidade socialista, a mesma que alimentou a vida revolucionária do Comandante Fidel Alejandro Castro Ruz”, diz a nota.
Governo espanhol
O governo da Espanha expressou às autoridades de Cuba seu pesar pela morte de Fidel, a quem definiu como “uma figura de grande envergadura histórica, que marcou um ponto de inflexão no país e que teve grande influência em toda a região”. Em comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, o governo de Mariano Rajoy lembrou que Fidel sempre teve “vínculos próximos com a Espanha como filho de espanhóis e esteve muito apegado a seus laços de sangue e cultura”. “Por isso, a Espanha se une especialmente ao pesar do governo e autoridades cubanas”, diz a nota.
Governo indiano
O governo da Índia lamentou a morte do ex-presidente de Cuba e o classificou como um “grande amigo” do país e “um dos personagens mais icônicos do século 20”. “Envio minhas mais profundas condolências ao governo e ao povo cubano pelo triste desaparecimento de Fidel Castro. Que sua alma descanse em paz”, escreveu em sua conta no Twitter, o primeiro-ministro do país, Narendra Modi. “Coração triste pelo desaparecimento do líder revolucionário de Cuba, ex-presidente e amigo da Índia, Fidel Castro”, disse, em mensagem divulgada pelo Twitter, o presidente da Índia, Pranab Mukherjee.
Rui Falcão, presidente nacional do PT
O presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão, publicou uma nota de pesar sobre a morte de Fidel Castro. “Fidel foi um dos grandes personagens políticos da América Latina e do mundo do nosso tempo. A Revolução Cubana que conduziu junto com outros dirigentes de seu país foi uma realização do direito à autodeterminação dos povos, da busca de igualdade e justiça social e de defesa intransigente de seu país diante de ingerências externas, além de inspiração para a luta de muitos outros revolucionários da América Latina.” O texto também é assinado pela secretária de Relações Institucionais Mônica Valente.
Carlos Lupi, presidente nacional do PDT
O presidente nacional do PDT afirmou, em nota, que “serão necessários mais 90 anos para que o mundo entenda com profundidade o papel de Fidel nos séculos XX e XXI.”
“Fidel representou, por gerações, sonhos e utopias de uma sociedade fraterna e igualitária. Inspirou muitos. Mas também despertou ódio, principalmente por aqueles que enxergam apenas seus próprios interesses”, diz a nota.