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Edição 136 > Cuba fala na Cúpula das Américas: resgate histórico
Cuba fala na Cúpula das Américas: resgate histórico
O presidente de Cuba, Raúl Castro, marcou em grande estilo a estreia de seu país em uma Cúpula das Américas. Na sétima edição do encontro, realizada em abril, no Panamá, Castro falou durante cinquenta minutos (muito além dos demais presidentes) para compensar o silêncio nas seis cúpulas anteriores. Era a primeira vez que um líder cubano discursava na conferência hemisférica, realizada a cada três anos, desde 1994, e ele aproveitou para dirigir ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, algumas mensagens de paz e diálogo, mas também de reafirmação dos princípios revolucionários e socialistas da ilha caribenha

Primeiro discurso do presidente de Cuba, Raúl Castro, em uma Cúpula das Américas provocou uma ovação na sala que recebeu a reunião hemisférica, e atraiu a atenção da imprensa internacional.
“Já era hora que eu falasse aqui em nome de Cuba”, disse o líder cubano, que protagonizou, junto ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, um momento histórico quando se cumprimentaram durante a abertura da 7ª Cúpula das Américas, ocorrida nos dia 10 e 11 de abril na capital do Panamá.
O anúncio do governante anfitrião, Juan Carlos Varela, do discurso de Castro, imediatamente depois das palavras do presidente dos Estados Unidos, arrancou um sonoro e longo aplauso dos chefes de Estado e das delegações oficiais.
O dirigente comunista sintetizou seu discurso como uma mensagem de que “Cuba continuará defendendo as ideias pelas quais nosso povo tem assumido os maiores sacrifícios e riscos”.
Castro fez um breve relato da história cubana e do avanço da revolução socialista na ilha caribenha e depois focou seu discurso na defesa do diálogo, do respeito e da paz entre as nações. Neste sentido, afirmou que deve ser respeitado – como diz o Proclama da América Latina e do Caribe como Zona de Paz, assinado por todos os Chefes de Estado e de Governo da América – “o direito inalienável de todos os Estados de escolherem seu sistema político, econômico, social e cultural, como condição essencial para garantir a coexistência pacífica entre as nações”.
Varela agradeceu a Castro por suas palavras, surgidas “do coração”, e justificou que, por “razões de justiça histórica”, mereceu falar quase seis vezes mais do que o estipulado pela organização.
“Histórico” também foi o adjetivo usado pelo secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, ao qualificar o encontro. “Esta Cúpula do Panamá tem um conteúdo especial (...), é a primeira vez na história das Américas que se reúnem na mesma mesa os 35 chefes de Estado e de Governo”, afirmou Insulza em seu discurso.
Venezuela e Estados Unidos
Durante sua fala, o presidente cubano expressou seu “apoio de maneira resoluta e real à irmã república da Venezuela e ao governo legítimo de Nicolás Maduro”.
“A Venezuela não é e nem pode ser uma ameaça para a segurança nacional de uma superpotência como os Estados Unidos. E é positivo que o presidente americano, Barack Obama, tenha reconhecido isso”, disse.
Castro também elogiou os passos dados pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para tirar a ilha de sua lista de países patrocinadores do terrorismo.
“Aprecio como um passo positivo sua recente declaração de que decidirá rapidamente sobre a presença de Cuba em uma lista de países patrocinadores do terrorismo, na qual nunca deveria ter estado”, disse Castro em seu discurso na VII Cúpula das Américas, da qual seu país participa pela primeira vez.
O líder cubano reiterou a Obama a disposição de Cuba ao “diálogo respeitoso e à convivência civilizada” com os Estados Unidos “dentro de nossas profundas diferenças”.
Confira a seguir alguns trechos do discurso de Raúl Castro:
“Era hora de eu falar aqui em nome de Cuba.
Foi-me dito, no início, que poderia proferir um discurso de oito minutos. Embora tenha feito um grande esforço, junto com meu chanceler, para reduzi-lo para oito minutos, e como me devem minha participação em seis cúpulas anteriores, das quais fomos excluídos, então 6 por 8 é 48, pedi permissão ao presidente Varela, alguns momentos antes de entrar neste magnífico salão, para me ceder alguns minutos mais, especialmente depois de tantos discursos interessantes que estamos escutando. E não me refiro apenas ao do presidente Obama, mas também o do presidente do Equador, Rafael Correa, e ao da presidente Dilma Rousseff e de outros.
(...)
Eu trago um fraternal abraço ao povo panamenho e ao de todas as demais nações aqui representadas. Quando, em 2 e 3 de dezembro de 2011, foi criada em Caracas a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), foi inaugurada uma nova etapa na história da Nossa América – o que tornou patente o seu bem ganho direito de viver em paz e de se desenvolver como livremente determinarem seus povos – e se traçou para o futuro um caminho de desenvolvimento e integração, baseado na cooperação, na solidariedade e na vontade comum de preservar a independência, a soberania e a identidade.
O ideal de Simón Bolívar de criar uma “grande Pátria Americana” inspirou verdadeiras epopeias independentistas.
Em 1800, pensou-se em adicionar Cuba à União do Norte, como o limite sul do vasto império. No século XIX, surgiram a doutrina do Destino Manifesto, com o fim de dominar as Américas e o mundo, bem como a ideia de Fruta Madura para a gravitação inevitável de Cuba em direção à União Americana, que desprezava o nascimento e o desenvolvimento de um pensamento próprio e emancipatório. Depois, através de guerras, conquistas e intervenções, essa força expansionista e hegemônica despojou a Nossa América de vastos territórios e se estendeu até o Rio Grande.
Depois de longas lutas que foram frustradas, José Martí organizou a “guerra necessária” de 1895 — a Grande Guerra, como também foi chamada, começou em 1868 — e criou o Partido Revolucionário Cubano para liderar essa contenda e depois fundar uma República “com todos e para o bem comum”, que se propunha atingir “a dignidade plena do homem”.
Ao definir com certeza e antecipação os traços de seu tempo, José Martí se consagrou ao dever “de impedir a tempo, com a independência de Cuba, que os Estados Unidos se espalhassem pelas Antilhas e caíssem com força sobre nossas terras da América” – essas foram suas palavras exatas.
Nossa América é para ele a do nativo, do índio, do negro e do mulato, a América mestiça e trabalhadora que tinha de unir os seus interesses aos dos oprimidos e saqueados. Agora, mais além da geografia, este é um ideal que começa a se tornar realidade. Há 117 anos, em 11 de abril de 1898, o então presidente do Congresso dos Estados Unidos solicitou autorização para intervir militarmente na guerra de independência que, por quase 30 anos, Cuba vinha travando, já ganha praticamente ao preço de rios de sangue cubano, e aquele — o Congresso norte-americano — emitiu sua Resolução Conjunta enganosa, que reconhecia a independência da Ilha “de fato e de direito”. Vieram como aliados e se apoderaram do país como ocupantes.
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Para a América Latina prevaleceu a “política das canhoneiras” e, a seguir, a do “Bom Vizinho”. Sucessivas intervenções derrubaram governos democráticos e instalaram ditaduras terríveis em 20 países – 12 delas simultaneamente.
Quem entre nós não se lembra dessa fase bastante recente de ditaduras em todos os lugares, principalmente na América do Sul, onde milhares de pessoas foram assassinadas- O presidente Salvador Allende nos deu um exemplo imorredouro.
(...)
Após a Aliança para o Progresso e de termos pago várias vezes a dívida externa, sem impedir que essa dívida continuasse se multiplicando, nos impuseram um neoliberalismo selvagem e globalizado, como expressão do imperialismo nesta época, que deixou uma década perdida na região. A proposta então de uma parceria hemisférica madura foi a tentativa de impor-nos a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), associada com o surgimento destas Cúpulas, que teria destruído a economia, a soberania e o destino comum de nossas nações se não a tivéssemos feito naufragar em 2005, em Mar del Plata, sob a liderança dos presidentes Chávez, Kirchner e Lula.
Um ano antes, Chávez e Fidel tinham feito nascer a Alternativa Bolivariana, hoje Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América. Excelências: Eu expressei — e o reitero agora —, ao presidente Barack Obama, a nossa disposição ao diálogo respeitoso e à convivência civilizada entre os dois Estados, dentro de nossas diferenças profundas.
Eu aprecio como um passo positivo sua declaração recente de que determinará rapidamente sobre a presença de Cuba em uma lista de países que patrocinam o terrorismo, na qual nunca devia ter estado; imposta pela administração do presidente Reagan.
Acaso nós somos um país terrorista-! Sim, fizemos alguns atos de solidariedade com outros povos que podem ser considerados terroristas, quando estávamos encurralados, cercados e assediados até o infinito, e só havia uma escolha: render-se ou lutar. Vocês sabem qual nós escolhemos, apoiados por nosso povo.
Acaso alguém pode pensar que vamos obrigar todo um povo a fazer o sacrifício feito pelo povo cubano para sobreviver, para ajudar outras nações- Mas “a ditadura dos Castro” os obrigou a votar pelo socialismo, com 97,5% de apoio da população.
Reitero que aprecio como um passo positivo a recente declaração do presidente Obama acerca de determinar rapidamente sobre a presença de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo, na qual nunca devia ter estado, dizia-lhes, porque quando nos impuseram essa lista ocorre que os terroristas éramos os que púnhamos os mortos — não tenho em mente o dado exato —, só por terrorismo dentro de Cuba e em alguns casos de diplomatas cubanos em outras partes do mundo que foram assassinados.
(...)
Até hoje, o bloqueio econômico, comercial e financeiro aplica-se com pleno vigor contra a Ilha, causando danos e carências às pessoas, e é o principal obstáculo para o desenvolvimento da nossa economia.
Consiste numa violação do Direito Internacional e seu alcance extraterritorial afeta os interesses de todos os Estados.
Não é por acaso o voto quase unânime, menos o de Israel e dos próprios Estados Unidos, na ONU, durante muitos anos a fio. E enquanto existir o bloqueio – que não é da responsabilidade do presidente, e que devido a acordos e leis posteriores se codificou com uma lei no Congresso que o presidente não pode alterar – devemos continuar lutando e apoiando o presidente Obama em suas intenções de liquidar o bloqueio.
Uma questão é estabelecer relações diplomáticas e outra é o bloqueio. Por isso, peço a todos vocês, e também a vida nos obriga, a continuar apoiando a luta contra o bloqueio. Excelências: Nós expressamos publicamente ao presidente Obama, que também nasceu no âmbito da política de bloqueio contra Cuba, nosso reconhecimento por sua corajosa decisão de se envolver em um debate com o Congresso dos Estados Unidos para pôr fim ao bloqueio.
Este e outros elementos devem ser resolvidos no processo rumo à futura normalização das relações bilaterais. De nossa parte, continuaremos empenhados no processo de atualização do modelo econômico cubano, a fim de aperfeiçoar nosso socialismo, avançar rumo ao desenvolvimento e consolidar as conquistas de uma Revolução que se propôs “conquistar toda a justiça” para nosso povo.
O que faremos está em um programa desde o ano 2011, aprovado no Congresso do Partido. No próximo Congresso, que é no próximo ano, vamos estendê-lo, vamos analisar o que temos feito e o quanto ainda falta para cumprirmos o desafio.
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Devo reafirmar nosso apoio, de maneira resoluta e leal, à irmã República Bolivariana da Venezuela, ao governo legítimo e à aliança civil-militar liderada pelo presidente Nicolás Maduro, ao povo bolivariano e chavista que luta para seguir seu próprio caminho e enfrenta tentativas de desestabilização e sanções unilaterais, as quais pedimos que sejam removidas, que a Ordem Executiva seja revogada, embora seja difícil de acordo com a lei – o que seria apreciado por nossa Comunidade como uma contribuição para o diálogo e o entendimento hemisférico.
(...)
Vamos manter nosso encorajamento aos esforços da Argentina para recuperar as Ilhas Malvinas, as Geórgias do Sul e as Sandwich do Sul, e continuar apoiando sua legítima luta em defesa da soberania financeira. Continuaremos apoiando as ações da República do Equador contra as empresas transnacionais que causam danos ecológicos a seu território e procuram impor condições injustas.
Eu gostaria de agradecer ao Brasil por sua contribuição, e da presidente Dilma Rousseff, ao fortalecimento da integração regional e do desenvolvimento de políticas sociais que trouxeram progresso e benefícios para amplos setores – políticas essas que, dentro da ofensiva contra vários governos de esquerda da região, pretendem reverter.
Será invariável nosso apoio ao povo latino-americano e caribenho de Porto Rico, em seus esforços para alcançar a autodeterminação e a independência, como já declarou dezenas de vezes o Comitê de Descolonização das Nações Unidas. Continuaremos também contribuindo para o processo de paz na Colômbia, até sua conclusão bem sucedida.
Devemos nós todos multiplicarmos o auxílio ao Haiti, não apenas através de ajuda humanitária, mas também com recursos que permitam seu desenvolvimento, e apoiar que os países do Caribe recebam tratamento justo e diferenciado em suas relações econômicas e reparações pelos danos causados pela escravidão e o colonialismo. Vivemos sob a ameaça de enormes arsenais nucleares, que devem ser eliminados, e da mudança climática que nos deixa sem tempo.
(...)
Cuba continuará defendendo as ideias pelas quais nosso povo assumiu os maiores sacrifícios e riscos e lutou ao lado dos pobres, dos doentes sem assistência médica, dos desempregados, das crianças abandonadas a sua sorte ou forçadas à prostituição, dos que têm fome, dos discriminados, dos oprimidos e dos explorados que constituem a grande maioria da população mundial.
A especulação financeira, os privilégios de Bretton Woods e a remoção unilateral da convertibilidade do dólar em ouro são cada vez mais sufocantes.
Nós exigimos um sistema financeiro transparente e equitativo. É inaceitável que menos de uma dúzia de mercados, principalmente norte-americanos — quatro ou cinco de sete ou oito —, determinem o que as pessoas podem ler, ver ou escutar no planeta.
A internet deve ter uma governança internacional, democrática e participativa, especialmente na geração de conteúdos.
É inaceitável a militarização do ciberespaço e o emprego encoberto e ilegal de sistemas informáticos para agredir outros Estados. Nós não nos vamos deixar deslumbrar ou colonizar novamente. Acerca da internet, que é uma invenção fabulosa, uma das maiores nos últimos anos, bem poderíamos dizer, recordando o exemplo do idioma nas fábulas de Esopo, que a Internet serve para o melhor, e é muito útil, mas, ao mesmo tempo, também serve para o pior.
Senhor presidente, na minha opinião, as relações hemisféricas mudaram profundamente, em particular nos domínios político, econômico e cultural, de modo que, com base no Direito Internacional e no exercício da autodeterminação e da igualdade soberana, estejam concentradas no desenvolvimento de relações mutuamente benéficas e na cooperação para servir aos interesses de todas as nossas nações e aos objetivos que apregoam.
A aprovação, em janeiro de 2014 – na Segunda Cúpula da Celac, em Havana –, do Proclama da América Latina e do Caribe como Zona de Paz, foi uma importante contribuição para este fim, marcado pela unidade da América Latina e do Caribe em sua diversidade. Isso se torna evidente no fato de que avançamos rumo a processos de integração genuinamente latino-americanos e caribenhos – através da Celac, União de Nações Sul-Americanas (Unasul), Comunidade e Mercado Comum do Caribe (Caricom), o Mercado Comum do Sul (Mercosul), a ALBA, Sistema de Integração da América Central (SICA) e a Associação dos Estados do Caribe –, que ressaltam a crescente conscientização da necessidade de nos unirmos para garantir nosso desenvolvimento. Este Proclama nos compromete a que “as diferenças entre as nações sejam resolvidas pacificamente, através do diálogo e da negociação e outras formas de solução, e em plena conformidade com o direito internacional”.
Viver em paz, cooperando uns com os outros para enfrentar os desafios e resolver os problemas – que, afinal, afetam e afetarão a todos nós – hoje é um imperativo.
Deve ser respeitado, como diz o Proclama da América Latina e do Caribe como Zona de Paz, assinado por todos os Chefes de Estado e de Governo da Nossa América, “o direito inalienável de todos os Estados de escolherem seu sistema político, econômico, social e cultural, como condição essencial para garantir a coexistência pacífica entre as nações”.
Com ele, nos comprometemos a cumprir nosso “dever de não intervir direta ou indiretamente nos assuntos internos de qualquer outro Estado e observar os princípios da soberania nacional, a igualdade de direitos e a livre determinação dos povos” e respeitar “os princípios e normas do Direito Internacional (...) e os princípios e propósitos da Carta das Nações Unidas”.
Esse documento histórico exorta “todos os Estados membros da comunidade internacional a respeitarem plenamente esta declaração em suas relações com os Estados membros da Celac”. Agora, temos a oportunidade para que todos os que estamos aqui aprendamos, tal como expressa o Proclama, “a praticar a tolerância e viver em paz como bons vizinhos”.
(...)
Cuba, país pequeno e desprovido de recursos naturais, que se tem desenvolvido em um contexto sumamente hostil, conseguiu atingir a plena participação de seus cidadãos na vida política e social da nação: uma cobertura de educação e saúde universais, de forma gratuita; um sistema de segurança social que garante que nenhum cubano fique desamparado; significativos progressos rumo à igualdade de oportunidades e no enfrentamento a toda forma de discriminação; o pleno exercício dos direitos da infância e da mulher; o acesso ao deporte e à cultura; o direito à vida e à segurança dos cidadãos.
Apesar das carências e dificuldades, cumprimos o lema de compartilhar o que temos. Atualmente, 65 mil colaboradores cubanos trabalham em 89 países, sobretudo nas esferas da medicina e educação. Em nossa Ilha formaram-se 68 mil profissionais e técnicos, dos quais 30 mil da saúde, de 157 países.
Se com muito escassos recursos, Cuba pôde, o que não poderia fazer o hemisfério com a vontade política de juntar esforços para contribuir com os países mais necessitados- Graças a Fidel é ao heroico povo cubano, viemos a esta Cúpula para cumprir o mandato de José Martí da liberdade conquistada com nossas próprias mãos, “orgulhosos de nossa América, para servi-la e honrá-la (...) com a determinação e a capacidade de contribuir para que seja estimada por seus méritos, e seja respeitada por seus sacrifícios”, como disse José Martí. Senhor presidente, perdão, a vocês todos, pelo tempo ocupado. Muito obrigado a todos.”
Da redação, Cláudio Gonzalez
A íntegra do discurso pode ser conferida em: http://pt.granma.cu/
O presidente de Cuba, Raúl Castro, marcou em grande estilo a estreia de seu país em uma Cúpula das Américas. Na sétima edição do encontro, realizada em abril, no Panamá, Castro falou durante cinquenta minutos (muito além dos demais presidentes) para compensar o silêncio nas seis cúpulas anteriores. Era a primeira vez que um líder cubano discursava na conferência hemisférica, realizada a cada três anos, desde 1994, e ele aproveitou para dirigir ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, algumas mensagens de paz e diálogo, mas também de reafirmação dos princípios revolucionários e socialistas da ilha caribenha