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Trabalho

Edição 127 > Quando a história não tem fim

Quando a história não tem fim

Fitmetal
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Contrariando a ideologia do "fim da história", a luta contra o capitalismo se fortalece em uma época de convulsões sociais. Para a Federação Intersindical dos Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (Fitmetal), só a luta internacionalizada poderá levar à mudança

No século XIX, o filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831) declarou que o mundo poderia chegar ao fim da história. Esse ponto final na historiografia aconteceria no momento em que a humanidade atingisse o equilíbrio - o que representaria a ascensão do liberalismo e da igualdade jurídica. No entanto, não arriscou um prazo determinado para o fim dos processos históricos.

Tempos depois, alguns historiadores - em especial Francis Fukuyama, ideólogo do governo de Ronald Reagan (1981-1989) - afirmaram categoricamente que, com a Queda do Muro de Berlim, havíamos, enfim, chegado a esse fim.

Afinal, supostamente os antagonismos ideológicos se encerraram e o mundo, de repente, encontrava-se dominado por uma única potência política, econômica e militar: os Estados Unidos. O equilíbrio, enfim, havia chegado. Era o fim da história. Ponto morto dos processos sociais. O mundo poderia gozar de uma inédita estabilidade.

De lá para cá, porém, não foi bem assim.

À beira do precipício

Desemprego crescente, chegando a 200 milhões no mundo todo, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) - com a perspectiva de que avance para 214 milhões até 2018. Direitos sociais retirados. Salários reduzidos. O número de pessoas em situação de pobreza extrema cresce exponencialmente e, em alguns anos, pode chegar até 1,04 bilhão. Enquanto isso, cerca de 1.500 bilionários detêm uma fortuna de mais de US$ 5,4 trilhões.

Países são quase -privatizados- por instituições financeiras como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Mulheres são assassinadas simplesmente por serem mulheres (só no Brasil 10 delas morrem por dia). O mundo inteiro vive intensas -primaveras nas ruas-, exigindo mudanças urgentes. Sim, o mundo parece viver um grande caos, mas as batalhas não cessaram e seguem movendo as engrenagens da história.

Há uma grande crise, mas ela não é só financeira: é sistêmica. Há, portanto, uma nova história sendo construída. A concepção fatalista de Fukuyama - que se tornou arauto dos capitalistas - carregava em seu bojo a ideologia das grandes corporações. Como propor o -fim da história- enquanto as variáveis são múltiplas- Como afirmar que o neoliberalismo, ou mesmo o capitalismo, seria a mais alta expressão de desenvolvimento econômico e social, levando ao perfeito equilíbrio, enquanto milhões morrem de fome-

Perenizar uma situação vigente sempre será a atitude das nações hegemônicas para manterem seu domínio econômico e cultural. Para eles, a exploração generalizada e o crescente mal-estar da civilização seriam somente paliativos enquanto todos os -benefícios- neoliberais chegam para trazer o esperado -equilíbrio-.

Sobre a sustentação de impérios

A única certeza que se pode ter, diante desse contexto, é que impérios sempre cairão. O romano sucumbiu aos -bárbaros- após séculos de hegemonia. No século XVI, a Igreja Católica perdeu espaço para os protestantes, mais afinados com os novos tempos. O nazismo, que presumia que seu III Reich duraria mil anos, não passou de doze.

Se for possível interpretar a história pelos princípios hegelianos, enxerga-se uma constante luta de contrários (tese e antítese) para se chegar à acomodação (síntese). Com isso, parece que se configura como inocência imaginar que os padrões de consumo e produção serão sempre os mesmos. A própria natureza já trata de expor as fragilidades desse sistema que, ao garantir o consumismo e a felicidade de poucos, promove a miséria e privação de uma esmagadora maioria.

O mundo hoje trilha por caminhos alternativos. Países como China, Rússia, Índia, África do Sul e Brasil apresentam crescimento e propostas políticas que fazem frente ao poderio americano. Um bom exemplo é o -Caso Síria-, que obrigou o governo americano a recuar depois do posicionamento do premiê russo. Se o episódio tivesse acontecendo nos anos 1990, os Estados Unidos não hesitariam. Porém, é claro, isso não significa que os EUA estão mortos e cairão em pouco tempo, mas sim que já há fissuras em seu império.

No entanto, com as fissuras nos impérios e o acirramento das contradições do sistema, o que fazer-

Uni-vos!

É bem verdade que a reestruturação do mundo do trabalho - os avanços tecnológicos, a terceirização e a descentralização dos centros produtivos - e a hegemonia do capital financeiro, ocorridas nas duas últimas décadas, afetaram significativamente as formas organizativas e de lutas da classe trabalhadora. Porém, é preciso lutar. A Federação Intersindical dos Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (Fitmetal), realizou o II Congresso da União Internacional dos Sindicatos do setor metalúrgico (UISMetal) entre os dias 23 e 25 de outubro, no Rio de Janeiro - com 36 organizações de 27 países inscritas -, para debater sobre o mundo do trabalho e a construção de um movimento internacionalizado de luta dos trabalhadores, em especial da metalurgia e a mineração, setores estratégicos para o crescimento de qualquer nação.

O congresso ocorre em um momento importante, em que há necessidade de propor alternativas para se enfrentar o sistema capitalista e suas sucessivas crises. E o sindicalismo classista, como o praticado pela Federação e as organizações participantes, pode consolidar um passo adiante na conquista de direitos sociais, mostrando que trabalhadores de todo o mundo, a cada dia, a cada luta, estão se unindo para construir um mundo melhor. E que a história ainda não acabou.

Federação Intersindical dos Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (Fitmetal)

LEGENDAS

INDÚSTRIA DE DETROIT OU HOMEM E MÁQUINA (1933) Parede Sul. Mural de Diego Rivera

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