• Home
  • Nossa História
    • Nosso Time
  • Edições
    • Principios de 101 a atual
    • Coleção Principios - 1 a 100
  • Índice Remissivo
  • Contato

Revista Principios

  • Home
  • Nossa História
    • Nosso Time
  • Edições
    • Principios de 101 a atual
    • Coleção Principios - 1 a 100
  • Índice Remissivo
  • Contato

Capa

Edição 127 > Entrevista com a judoca Sarah Menezes: A evolução do judô feminino brasileiro e as expectativas para a Rio2016

Entrevista com a judoca Sarah Menezes: A evolução do judô feminino brasileiro e as expectativas para a Rio2016

Ana Paula Bueno*
Twitter
FaceBook

Com um sorriso discreto e olhar firme de uma lutadora, a jovem piauiense Sarah Menezes - primeira judoca brasileira a conquistar uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012 - falou com Princípios sobre sua trajetória, os desafios de uma atleta de alto rendimento e as boas perspectivas para as Olímpiadas de 2016 no Brasil

Com um sorriso discreto e olhar firme de uma lutadora, a jovem piauiense, hoje com 23 anos, nos contou um pouco de sua trajetória, os desafios de uma atleta de alto rendimento e as boas perspectivas para as Olímpiadas de 2016 no Brasil.

Sarah disse que a motivação para sua entrada no judô se deu a partir de uma apresentação feita na escola onde estudava, quando tinha apenas 9 anos de idade. Ficou impressionada e afirma ter entrado sem pretensões no esporte, como diz: -entrei meio que por brincadeira, por esporte mesmo, gostei muito. Até porque tinha muitas crianças e muitas brincadeiras, o que fez com que eu continuasse-.

Após treinar em sua escola por quase um mês, foi para um clube de Teresina, o Serviço Social do Comércio (Sesc), onde conheceu Expedito Falcão, seu treinador até os dias de hoje. Ele apoiou a, então judoca iniciante, a participar de várias competições estaduais, nacionais e internacionais.

Já aos 15 anos, Sarah começou a treinar com adultos (acima de 20 anos) e participou de uma competição chamada Brasileiro, na qual quem ganhasse poderia passar por uma seletiva olímpica. Ficando entre os três melhores, no geral, ela passou a integrar a seleção brasileira. A partir disso, iniciou-se em competições internacionais e treinamentos de campo, como Pan-Americanos e Sul-Americanos.

A vaga para as Olimpíadas é definida a partir de critérios da Confederação de Judô - ser medalhista dos Jogos Pan-Americanos, e/ou obter até a quinta colocação no Mundial 2007, levaria à classificação automática da atleta -, ou seja, aqueles que obtivessem os melhores resultados se garantiriam para os Jogos Olímpicos de Pequim, 2008. À época, disputaram Sarah Menezes e Danielle Posim. Sarah ficou com o bronze em Budapeste e conseguiu sua vaga, já Danielle não conseguiu sua classificação.

Sobre competir no exterior, a judoca disse que, por um lado, à época - nas Olímpiadas de Pequim, 2008 -, foi bem tenso, duro, por ser ainda muito jovem, mas, por outro, foi maravilhoso, uma experiência inesquecível.

E o fato de a equipe brasileira ser bem unida, como uma família - onde há uma torcida, apoio, fortalecimento de um pelo outro no individual -, mesmo que haja alguma competição na equipe, é muito importante não só pela pouca idade dos atletas, em geral, como também pela pressão que se sente, pela responsabilidade e por todo o trabalho empenhado.

Além do apoio da família e dos colegas atletas, outro apoio importante, tão indispensável quanto os demais, é o financeiro, pois eles precisam dedicar-se exclusivamente ao seu esporte para obterem os resultados esperados. A despeito disso, nossa campeã olímpica disse que recentemente começou a receber apoio do estado do Piauí, onde nasceu e continua vivendo, para participar das Olimpíadas de 2016. Até então, só recebia financiamento privado, de empresas diversas como: Sadia, Embratel, Concessionária da Toyota Newland e a Faculdade Santo Agostinho (FSA), em Teresina, onde estuda Educação Física.

Sobre essa questão, Sarah destaca: -considero importantíssimo o apoio do Estado aos atletas em particular, como também o incentivo ao esporte no município. Como no caso da minha cidade há dois centros de treinamento de judô que dão oportunidade a outras gerações de conhecerem esse esporte. O apoio se dá, e tem que ser assim, desde a escola no ensino fundamental-.

Fundamental também é o apoio do Ministério do Esporte aos atletas, possibilitando-lhes mais oportunidades, como viagens a outros países, não só para competir como para treinar, pois só assim, diz Sarah, -é possível sentirmos as adversárias; e para isso precisamos pegar no quimono delas, para daí nos avaliarmos enquanto atleta e o nosso psicológico - por ser algo que mexe muito com a gente-.

A estrutura física é outro componente indispensável, preliminar para que os atletas tenham seu espaço de treinamento. A Confederação dos Esportes proporciona um acompanhamento especializado aos atletas profissionais, com médicos, fisioterapeutas, massoterapeuta, psicólogos, nutricionistas e treinadores.

Todo esse apoio tem apresentado muitos resultados positivos ao Brasil. É visível a evolução do país nos esportes e nos resultados dos atletas, como no judô feminino. Anos atrás o judô masculino trazia muito mais resultados que o feminino, e hoje está de igual para igual. Inclusive neste ano, no Campeonato Mundial de Judô, Rio 2013, ocorrido na capital carioca, a equipe feminina conquistou 5 (cinco) medalhas contra 1 (uma) da equipe masculina, ou seja, foi um crescimento grandioso.

A judoca destacou a ótima estrutura e a boa organização do Campeonato Mundial de Judô no Rio de Janeiro. Devido a isso, ela acredita que teremos uma estrutura brilhante para as Olimpíadas em 2016. De tal modo, ela vê com muito otimismo os jogos no Brasil e não acredita num possível fracasso dos jogos olímpicos que ocorrerão aqui, como estão tentando afirmar por aí.

Assim, afirma: -afinal de contas, já tivemos vários eventos de grande proporção aqui e todos foram altamente positivos. Faltam três anos para as Olimpíadas e ainda teremos a Copa do Mundo de Futebol, com uma excelente organização, então, acredito no sucesso total dos jogos aqui. Serão mais de 150 países participantes dos jogos olímpicos e, por todos os dados e saldos positivos, vejo que vamos vencer mais esse novo obstáculo-.

-Todos esses eventos deixarão um grande legado ao país e, assim, o esperado de tudo isso é que se dê continuidade a esse processo de crescimento esportivo no Brasil, de modo que esses megaeventos não se tornem -elefantes brancos-. Por essas experiências vividas no Rio de Janeiro, acredito e espero que o Brasil continue crescendo nos esportes-.

Lutadora e otimista, Sarah Menezes, encerra sua entrevista falando das perspectivas que tem sobre a Copa e as Olimpíadas a se realizarem no Brasil nos próximos anos: -sou otimista e acho que nem as críticas feitas durante as manifestações de junho, a respeito dos investimentos que estão sendo feitos, conseguirão diminuir o sucesso esperado para esses eventos, tampouco irão tirar as boas expectativas que temos com o crescimento do esporte nacional-.

Títulos conquistados pela judoca Sarah Menezes

Ouro no Grand Slam de Judô em Moscou, Rússia. Ano

2013

Ouro no Campeonato Pan-Americano de Judô em San José, Costa Rica 2013

Ouro nas Olímpiadas de Londres 2012

Campeã Mundial Junior em Amsterdã, Holanda 2008

Bicampeã Mundial Junior em Paris, França 2009

Ouro na temporada das Copas do Mundo de Madrid (Espanha) e Lisboa (Portugal) nesta, venceu todas as lutas por Ippon 2009

Bronze no Campeonato Mundial de Judô em Paris, França 2011

5ª colocada no Mundial Sênior de em Amsterdã, Holanda 2009

4ª colocada no Grand Slam de Tóquio, Japão 2009

Eleita a Atleta do Ano, pelo Comitê Olímpico Brasileiro 2009

Eleita a melhor atleta olímpica do Brasil 2009

* Ana Paula Bueno é da redação de Princípios e entrevistou Sarah Menezes no Centro Olímpico (COTP), da Prefeitura de São Paulo, no dia 26 de setembro

voltar

Editora e Livraria Anita Garibaldi - CNPJ 96.337.019/0001-05
Rua Rego Freitas 192 - República - Centro - São Paulo - SP - Cep: 01220-010
Telefone: (11) 3129-4586 - WhatsApp: (11) 9.3466.3212 - E-mail: livraria@anitagaribaldi.com.br