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Edição 127 > Copa do Mundo e Jogos Olímpicos: símbolos de uma etapa do Brasil

Copa do Mundo e Jogos Olímpicos: símbolos de uma etapa do Brasil

Osvaldo Bertolino*
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Quando Orlando Silva assumiu o Ministério do Esporte, de início ele teve de enfrentar o grande desafio de organizar os Jogos Pan-Americanos e o Parapan, no Rio de Janeiro. O sucesso do evento, realizado em 2007, deu a certeza de que os brasileiros seriam capazes de assumir grandes eventos esportivos, e serviu de base para a conquista do direito de realizar a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016

Orlando Silva assumiu o cargo de ministro do Esporte aos 34 anos de idade, um dos mais jovens ministros da história do Brasil, e pegou a tarefa de organizar os Jogos Pan-Americanos e o Parapan com determinação. -Minha experiência de três anos como secretário-executivo foi positiva, mas minha meta nunca foi ser ministro. Fico orgulhoso e satisfeito pela oportunidade de vivenciar essa experiência-, afirmou ele na cerimônia de posse, prestigiada por lideranças políticas, atletas e dirigentes esportivos.

Torcedor do Vitória, da Bahia, Orlando Silva herdou o nome do pai, que havia sido uma homenagem ao -cantor das multidões-. -Tenho vários LPs do Orlando Silva. Ele foi o primeiro ídolo pop do Brasil-, diz o ex-ministro, hoje vereador pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), na cidade de São Paulo. Membro da direção do seu Partido desde 1997, Orlando foi o primeiro presidente negro da União Nacional dos Estudantes (UNE), de 1995 a 1997. No Ministério de Esporte, era secretário-executivo desde novembro de 2003, e antes havia sido secretário nacional de Esporte do Ministério, em 2003.

Ao comentar o sucesso da realização dos Jogos Pan-Americanos e do Parapan, Orlando Silva lembrou que o evento, em princípio, era visto com desconfiança. -Poucos apostaram que o país seria capaz de realizar um evento de tamanha envergadura. Ele nos restituiu a autoestima e trouxe de volta o brio da camisa verde-amarela-, afirmou. Logo após a realização do evento, uma pesquisa do Ibope revelou que 81% da população brasileira com mais de 16 anos consideraram os Jogos -bem organizados- e, para 73%, os recursos utilizados para promovê-los foram -bem aplicados-. -O esforço se refletiu nas arenas esportivas, onde nossos atletas conquistaram o maior número de medalhas nesse certame: 157 no Pan (terceiro no ranking) e 228 no Parapan, valendo a primeira colocação-, diz Orlando Silva.

O país entrava em uma nova realidade esportiva, surgida com a vigência da Lei de Incentivo ao Esporte, que marcou uma mudança importante na vida esportiva nacional, ao permitir investimentos em eventos esportivos equivalentes a 1% do Imposto de Renda devido por pessoas jurídicas, e 6% do que é devido por pessoas físicas. O ex-ministro recorda que um dos destaques era o Programa Segundo Tempo, que atendia a crianças e jovens das escolas públicas, oferecendo atividades esportivas, reforço escolar e refeições no contraturno das aulas. Ele lembra ainda os Programas Esporte e Lazer na Cidade, Pintando a Liberdade e Pintando a Cidadania. -Nunca é demais falar das vantagens do -Bolsa-Atleta-, que assegura renda fixa àqueles que não têm patrocínio, mas apresentam bom desempenho em provas nacionais e internacionais-, enfatiza.

Como destacou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Pan-Americano foi uma espécie de preliminar para a meta de trazer a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos ao Brasil. -Vamos começar com o Pan, que é menor, mas vamos provar que temos competência para fazer o melhor Pan-Americano-, disse ele no Rio de Janeiro, durante o lançamento do mascote dos Jogos Pan-Americanos de 2007, representado por um sol nas cores laranja e amarelo. Segundo o presidente, o Pan significava o início de uma -nova era- no esporte brasileiro, na qual o Estado deveria assumir a responsabilidade pelos resultados da área.

Lula também afirmou não ser possível que um país como o Brasil, que tem no futebol uma grande representatividade, estivesse há 50 anos sem sediar uma Copa do Mundo. -Depois de 56 anos, está na hora de o mundo esportivo perceber que o Brasil merece uma nova chance. Precisamos sonhar, acreditar, ousar e trabalhar-, opinou. Em relação às Olimpíadas, Lula disse que nunca um país da América Latina sediara este evento. -Queremos provar que o Brasil pode fazer igual ou melhor do que qualquer país rico do mundo já fez.-

O sucesso do Pan também reforçou os argumentos a favor da realização da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos no Brasil. A esperança se tornaria realidade com o anúncio da Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa), em 30 de outubro de 2007, e do Comitê Olímpico Internacional (COI), em 2 de outubro de 2009. -O país que produziu os melhores jogadores do planeta, que tem cinco títulos mundiais, terá o direito, mas também a responsabilidade, de sediar a Copa em 2014-, anunciou Joseph Blatter, o presidente da Fifa.

Discursando na cerimônia de entrega do Prêmio Brasil Olímpico, em 21 de dezembro de 2009, Lula disse: -o Brasil não vai chegar às Olimpíadas com a cara lambida para disputar meia dúzia de merreca de medalhas-. -Cada cidade tem que se transformar numa cidade olímpica-, enfatizou. -Temos uma coisa que eles não têm, temos uma alma do tamanho do Pão de Açúcar, um coração que pode fazer a diferença-, afirmou. -Falavam que o Brasil não tinha condições de realizar as Olimpíadas, que a gente não tinha estrutura, que tinha a violência. Aquilo mexeu com os meus brios. O Rio não devia nada a ninguém. Mas a gente não acreditava e chegava lá já derrotado, de cabeça baixa-, criticou, referindo-se às tentativas anteriores de trazer os Jogos Olímpicos para o Brasil.

Para Orlando Silva, o presidente Lula foi a peça-chave na escolha do COI. -Durante o dia e meio que ficou em Copenhague, ele teve contato direto com pelo menos uns 30 eleitores. Não tenho a menor dúvida de que isso teve um impacto decisivo na definição da vitória do Rio de Janeiro-, enfatizou. No anúncio da Copa, estava presente uma delegação brasileira liderada pelo presidente. -O mundo terá a oportunidade de ver o que o povo brasileiro é capaz de fazer. O futebol, para nós brasileiros, não é apenas um esporte, mas uma verdadeira paixão-, disse Lula.

Quando saiu o anúncio sobre os Jogos Olímpicos, Lula também ressaltou a ligação do povo brasileiro com o esporte. -Somos um povo apaixonado pelo esporte e pela vida-, afirmou. -Com muito orgulho, represento aqui as esperanças e os sonhos de mais de 190 milhões de brasileiros-, afirmou o presidente. -Chegou a nossa hora. Somos a décima economia do mundo e ainda não sediamos os Jogos Olímpicos. Para os outros, será apenas mais uma Olimpíada. Para nós, será algo inédito-, lembrou Lula. -Os Jogos Olímpicos do Rio serão inesquecíveis, pois estarão cheios da paixão do povo brasileiro-, destacou.

Com a conquista do direito de sediar a Copa do Mundo, o país começou a se preparar, planejando investimentos, tendo como ponto de partida o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo Orlando Silva, a Copa é muito mais que a disputa de 64 partidas de futebol por seleções de 32 países; é um evento que produz oportunidades e que serve como catalisador para o desenvolvimento de quem a realiza. -A Copa é excelente plataforma para a promoção de nosso país em âmbito global. O mundo verá uma nação moderna e inovadora. Uma democracia forte. Um lugar marcado pela diversidade, pela tolerância e pela cultura de paz. Uma nação com economia complexa, estável, que permite desenvolvimento sustentado e forte política de inclusão social e distribuição de renda-, afirma.

Discursando no evento de assinatura do Termo aditivo à matriz de responsabilidades - o documento que trata das áreas prioritárias de infraestrutura das 12 cidades que irão receber os jogos, e define as responsabilidades de cada ente federativo, assinado pelo ministro e por prefeitos e governadores -, Orlando Silva destacou que a Copa se realizará com a máxima transparência, porque cada contrato assinado, cada projeto e programa indicado têm um cronograma detalhado e está disponível na Internet -, como determinara o presidente da República. -Dessa maneira, faremos a Copa, Olimpíadas, Jogos Paraolímpicos no Brasil com eficiência e com a máxima transparência-, afirmou.

Orlando Silva deixou o cargo de ministro em 26 de outubro de 2011, acossado por uma virulenta campanha midiática, dirigida contra ele e seu partido, o PCdoB, com base em acusações sem provas do policial militar João Dias Ferreira. Quando o atual ministro do Esporte, Aldo Rebelo, assumiu o cargo, em evento realizado no Palácio do Planalto, no dia 31 de outubro de 2011, ele disse que daria atenção especial aos dois grandes eventos esportivos. -O desafio se torna mais leve, se torna menor pelo que foi construído e realizado até agora-, declarou. -O bem que os homens fazem é enterrado com seus ossos. E o mal que lhes atribuem levam consigo-, disse, citando o romano Marco Antônio.

A presidenta Dilma Rousseff fez uma citação de Martinho da Vila: -Deixo o rumo me rumar para onde quero ir.- -Orlando Silva não perde meu respeito. Desejo-lhe muito sucesso em sua cruzada pela verdade. Perco um colaborador, mas preservo o apoio de um partido cuja presença no meu governo considero fundamental-, afirmou a presidenta. O discurso mais aplaudido foi o de Orlando Silva. -Depois de passar por essa turbulência, eu fico feliz de poder olhar nos olhos da minha mãe, da minha esposa e da minha filha, de olhar nos olhos da senhora, presidenta, e poder falar: eu sou inocente-, despediu-se.

A Comissão de Ética Pública da Presidência da República isentou Orlando Silva das acusações, em 11 de junho de 2012. Já o policial João Dias Ferreira foi aposentado em 4 de julho de 2013, por -incapacidade para o serviço-, conforme Portaria da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Distrito Federal.

*Osvaldo Bertolino é jornalista e editor do Portal Grabois

LEGENDAS

Delegação brasileira comemora em Copenhague, Dinamarca, a escolha do Rio de Janeiro para receber os Jogos Olímpicos de 2016

Franck Caldeira, campeão da maratona masculina nos Jogos Pan-Americanos de 2007

-Orlando Silva não perde meu respeito. Desejo-lhe muito sucesso em sua cruzada pela verdade-, disse a presidenta Dilma Rousseff ao se despedir de Orlando na cerimônia de posse de Aldo Rebelo como ministro do Esporte

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