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Vidas, veredas: paixão

Vidas veredas: paixão - memórias da saga comunista
Luiz Manfredini
Fundação Maurício Grabois: Anita Garibaldi, 2012
Edição: 1
Páginas: 260
Ano: 2012
Preço sugerido: R$ 40,00
ISBN: 978-85-7277-128-3
Este livro narra a história de brasileiros e brasileiras comuns cuja entrega à luta por liberdade e justiça social as tornou incomuns. De vários pontos de partida, com grande força desde a vida estudantil, elas ousaram. Arrostaram rupturas de vida precoces, romperam barreiras culturais, sociais e profissionais, em detrimento de um futuro individual imediato, com a audácia de almejar a revolução do estado de coisas existente.
Ao longo dos 21 anos em que viveu sob o tacão da ditadura, a sociedade brasileira abrigou, em seus subterrâneos, uma vida célere, quase afoita, destilando sonhos, paixão e lutas.
Eram jovens que construíam a resistência à ditadura e a luta pelo socialismo no vasto continente brasilero, ora aqui, ora a distâncias insondáveis, ora sob as sombras da clandestinidade, ora mais à vista, mas sempre sob riscos. A agulha e a linha que lhes alinhavou os destinos foram a de uma organização política em prol de democracia e progresso social, um partido marxista-leninista: o Partido Comunista do Brasil. Legenda que chegou aos 90 anos em 2012 em expansão e afirmação crescentes, disposto a construir o socialismo com a cara do nosso país e de nossa gente.
Segundo o autor, Luiz Manfredini, o livro -descortina amplo mosaico da obstinada luta dos comunistas brasileiros num dos cenários mais dramáticos e complexos da história do nosso país no século 20: a ditadura militar (1964-85), incluindo os anos iniciais da reconstrução-.
Com projeto gráfico de Cláudio Gonzalez, a publicação traz diversas fotos históricas dos personagens retratados. Para Manfredini, o que torna o livro verdadeiramente singular é sua abordagem. No cenário da luta revolucionária, ocupa-se menos da análise política e histórica do que das pessoas, das vivências individuais, dos dramas e tragédias de homens e mulheres comuns cuja entrega à luta por liberdade e justiça social as tornou incomuns. Por que foram essas pessoas, com a decisiva carga das suas individualidades, que portaram e aplicaram as ideias revolucionárias de modo bastante peculiar. Tal abordagem não seria possível senão numa narrativa entre o jornalismo e a literatura.-
Como afirma Adalberto Monteiro, Fabiana Costa e Walter Sorrentino, organizadores da publicação, -o papel dos indivíduos, ao contrário de certo mito constituído na história do movimento comunista, é determinante; não à moda de -homens de aço-, mas de gente de carne e osso. A individualidade é soma e não subtração quando se fala de solidariedade entre os seres humanos. Estender a concepção materialista do mundo à esfera da concepção da natureza humana, do grandioso enredo da vida e da personalidade de cada um, é um aporte enriquecedor. O partido não é um pensamento abstrato, e sim materializado em homens e mulheres determinados, suas estórias pessoais, idiossincrasias, sua humanidade, enfim-.
O Departamento Nacional de Quadros, da Secretaria Nacional de Organização do PCdoB, e a Fundação Maurício Grabois se comprazem de oferecer aos leitores esta obra, sobre quadros políticos que orgulham o PCdoB e o Brasil.